Protestos na Crimeia fazem um morto

26 fev, 2014

A região é sede de um porto naval russo de extrema importância para Moscovo e é a única da Ucrânia em que a maioria da população é de etnia russa.

Protestos na Crimeia fazem um morto

Os protestos desta quarta-feira na Crimeia, a região mais a leste da Ucrânia e que faz fronteira com a Rússia, fizeram pelo menos um morto. A vítima foi alegadamente esmagada pela multidão que se juntou frente ao parlamento da Crimeia.

A Crimeia, junto ao Mar Negro, é sede de um porto naval russo que é de extrema importância para Moscovo e é a única região da Ucrânia em que a maioria da população é de etnia russa.

A península tem sido disputada ao longo dos séculos, mas a população nativa não é nem ucraniana nem russa: os tártaros são actualmente minoritários na Crimeia, tendo sido expulsos em massa pelos sucessivos governos russos, em particular pelo regime soviético, por suspeita de simpatias e colaboração com os Nazis.

Os primeiros dois mil manifestantes a chegar ao parlamento regional eram na maioria tártaros, que foram expressar a sua solidariedade com os manifestantes pró-europeus de Kiev. Mas em pouco tempo, uma contra-manifestação pró-Russa já tinha reunido mais pessoas e abafaram os cânticos e gritos de ordem dos tártaros com músicas tradicionais russas e gritos contra os “bandidos” que tinham tomado o poder em Kiev.

A situação é preocupante para o novo governo da Ucrânia porque a maioria russa na Crimeia pode agora reivindicar a separação e integração na Rússia. A preocupação é acentuada pelo facto de em 2008 Putin ter ordenado a invasão de zonas da Geórgia habitadas maioritariamente por pró-russos, que depois se tornaram repúblicas independentes sobre a protecção de Moscovo.

Moscovo já garantiu estar atento à situação e diz, sem entrar em detalhes, que vão ser tomadas medidas para garantir a segurança dos interesses russos.

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[Notícia actualizada às 16h40]