Euro 2012

No Euro, manda a Alemanha

22 jun, 2012

Da política ao desporto, da economia ao futebol, a solidez e a criatividade suplantam a postura defensiva. Triunfo certo por números adequados atira Fernando Santos e a Grécia para fora do Euro. O de futebol. Para já.

No Euro, manda a Alemanha

Os deuses não estão com a Grécia. E já lá vão mais de três anos. Muito bem, prometemos não entrar constantemente em trocadilhos e referências à crise da dívida helénica. Mas tem que confessar que é indissociável.

Se na Zona Euro manda a economia mais consolidada, no campeonato da Europa um dos principais líderes é a selecção que alia a robustez física a uma capacidade técnica impressionante. Acertou. Em ambos os casos, é a Alemanha.

Quem esperava por um qualquer tipo de vingança grega, enganou-se redondamente. Ainda houve uma réstia de esperança, mas esta "Mannschaft" é realmente uma equipa de outro Mundo.

Joachim Low deu-se ao luxo de deixar Muller, Podolski e Mario Gómez no banco. Menosprezo pelo adversário? Nada disso. Puro aproveitamento dos recursos que o futebol germânico produz, com tradução nos quatro golos apontados.

Pelo Mediterrâneo, Fernando Santos foi obrigado a "inventar". Inventar Katsouranis como "10", na ausência de Karagounis, não é para todos, mas também traz o seu senão. A postura calculista dos primeiros minutos deu lugar a uma estratégia em modo "ultra-defensivo", sem posse de bola, tendo apenas em mente a tentativa de adiar o inevitável.

Lahm pôs fim aos 39' de expiação grega com um pontapé digno de "enésimas" repetições em "slow motion" e em alta definição. Daquele pé direito também saem obras-primas, de quando em vez.

Mas a transcendência dos homens de Fernando Santos ainda não tinha sido esgotada. Samaras tratou de alimentar o sonho dos milhares de compatriotas presentes em Gdansk, já na 2ª parte.

Seria sol de pouca dura. O orgulho de um país em falência técnica seria posto à prova por mais três ocasiões. Vê como é impossível resistir à tentação?

No trio de oportunidades, a "Mannschaft" fez mais três golos. Khedira, Klose e Reus encerraram a campanha de catarse que a Grécia vinha fazendo neste campeonato da Europa.

Para efeitos de contabilidade, Salpingidis ainda fez o 4-2 final, guiando a sua selecção nacional a uma saída airosa, de cabeça erguida, de um campeonato da Europa no qual certamente poderá nunca mais se integrar como uma favorita.

A 28 de Junho, em Varsóvia, estará a Alemanha, vice-campeã europeia. Falta saber se Inglaterra ou Itália se atreverão a enfrentar o poderio germânico.


FICHA DE JOGO

EURO 2012: Quartos-de-final
Arena Gdansk, Gdansk (Polónia)
Árbitro: Damir Skomina (Eslovénia)

ALEMANHA
Neuer; Boateng, Hummels, Badstuber e Lahm; Schweinsteiger e Khedira; Reus (78'), Ozil e Schurrle (67'); Klose (78').
Suplentes: Wiese, Zieler, Schmelzer, Howedes, Mertesacker, Gundogan, Thomas Muller (67'), Bender, Kroos, Mario Goetze (78'), Lukas Podolski e Mario Gómez (78').
Seleccionador: Joachim Low.

GRÉCIA
Sifakis; Torosidis, Papadopoulos, Papastathopoulos e Tzavellas (45'); Maniatis e Makos (72'); Samaras, Katsouranis e Ninis (45'); Salpingidis.
Suplentes: Chalkias, Tzorvas, Malezas, Fotakis (45'), Fortounis, Fetfatzidis, Liberopoulos (72'), Mitroglou e Gekas (45').
Seleccionador: Fernando Santos.

GOLOS: Lahm (39'), Samaras (55'), Khedira (61'), Klose (68'), Reus (74'), Salpingidis (89').

DISCIPLINA: Samaras (amarelo, 14'), Papasthatopoulos (75').