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Bovinicultores receiam quebra no consumo após fraude com carne de cavalo

14 fev, 2013

Ministério da Agricultura garante não ter detectada nenhuma irregularidade e sublinha que a carne de cavalo não representa nenhum perigo para a saúde pública.

Bovinicultores receiam quebra no consumo após fraude com carne de cavalo
O talho Espadilha e Simões é um dos poucos em Lisboa que ainda vende carne de cavalo. O consumo é mais residual que noutros tempos, mas está a aumentar com a crise. O abate destes animais para consumo também tem crescido. O preço é mais baixo que na carne de vaca e a qualidade não está em causa, garante o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar.
A Federação Portuguesa de Associações de Bovinicultores (FPAB) receia uma retracção de consumo por causa da fraude com carne de cavalo. Em Portugal, o Ministério da Agricultura já iniciou testes de despistagem e garante que não foi detectada até ao momento nenhuma irregularidade.

Depois de França, Irlanda e Reino Unido, foi revelado esta quinta-feira um caso na Alemanha de uso de carne de cavalo em produtos rotulados como sendo carne de vaca.

Pedro Espadinha, presidente da FPAB, aconselha o consumo de carne com rótulo português, mas não nega alguma apreensão com uma possível queda no consumo.

"Isto tem sempre efeitos negativos. Por outro lado, penso que o consumidor é suficientemente inteligente para perceber que isto foi uma fraude económica que aconteceu num país estrangeiro, e que pode garantidamente com segurança consumir a nossa carne portuguesa, porque, essa sim, nós podemos garantir que não tem qualquer tipo de fraude na sua confecção e na sua apresentação ao público", assegura.

A Comissão Europeia pediu na quarta-feira aos estados-membros para fazerem testes de ADN.

O secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agro-alimentar, Nuno Vieira de Brito, já disse à Renascença que Portugal se antecipou e já foram feitos esses testes.  "Independentemente desta proposta da comissão, Portugal já tinha tomado as suas medidas no sentido de avaliar a possibilidade de este escândalo também atingir Portugal", referiu.

Este é um caso de fraude económica, sublinhou o responsável, acrescentando que a carne de cavalo não representa nenhum perigo para a saúde pública.