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Évora

“Toneladas” de vontade popular embelezam ruas de Redondo

06 ago, 2013 • Rosário Silva

Vinte toneladas de papel, 50 de madeira, 10 de cartão mais cinco de cola. As contas fazem-se com mais seis toneladas de arame e a prova dos nove pode ser conferida nas 43 ruas ornamentadas da vila alentejana até 11 de Agosto.

“Toneladas” de vontade popular embelezam ruas de Redondo
A vila de Redondo, no distrito de Évora, é por estes dias uma espécie de “país das maravilhas”, onde se esquecem agruras e personagens de encantar tomam forma no “Ruas Floridas”, evento que se realiza sempre que a população quer.

Da fantasia da “Branca de Neve e os Sete Anões”, à multiculturalidade dos saberes e sabores, contornando a “Calçada Portuguesa” com passagem pelo “Jardim Japonês” ou então pelo “Egipto”, os motivos são muitos e podem ser apreciados pelos muitos visitantes esperados no Alentejo.

Foram meses de trabalho, às voltas com papel de múltiplas cores, para dar vida a personagens que, mesmo por alguns dias, conseguem abrir bocas de espanto.

“Não há nenhum segredo especial. Há, sim, a vontade, o querer, a ambição e a criatividade das pessoas. Enquanto o quiser, há ruas floridas e como a população quis, não podíamos ficar indiferentes a essa vontade popular”, diz à Renascença o vereador José Portel.

Papel de muitas cores e várias texturas, transformado em razões de sobra para visitar o Redondo, onde o programa vai além das ruas floridas, explica ainda o autarca da Câmara de Redondo: “Temos uma noite dedicada ao cante alentejano, grupos musicais da própria terra, temos uma corrida nocturna de touros, um torneio de ténis, um encontro de bandas filarmónicas, para além de um encontro de pesca desportiva, entre outras tantas iniciativas culturais.”

Mais de 400 pessoas deram vida a 20 toneladas de papel e outras tantas de material diverso. Esta que é uma das festas mais simbólicas e reconhecidas no país precisou este ano de 130 mil euros para se erguer - um investimento que vale a pena, garante a organização, não só pelo retorno que se espera para a economia local, como porque há toda uma tradição para manter bem viva.

Os mais antigos escritos que existem indicam que a ornamentação das ruas nas Festas de Redondo remontam a 1838.