16 abr, 2014
Os partidos da oposição parlamentar não poupam críticas à entrevista desta terça-feira à SIC do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O PS, pela voz de João Proença, considera que o primeiro-ministro “fugiu” a dar respostas concretas, indiciando assim que se manterão os "cortes brutais" nas pensões e salários, e acusou-o de procurar desvalorizar os resultados das próximas eleições europeias.
João Proença considera que Passos Coelho não apresentou "uma única ideia de futuro para o país, designadamente em matérias como o crescimento e emprego" e não esclareceu onde vai cortar em 2015 cerca 730 milhões de euros, "já que é de pensar que essa medida afectará as áreas da educação, da saúde e das prestações sociais".
O Bloco de Esquerda (BE) acusa o primeiro-ministro de "insensibilidade social" por se "recusar a aceitar" que a pobreza de "dois milhões de portugueses" ser uma "consequência directa" da austeridade.
"Esta entrevista revela um primeiro-ministro insensível, cruel, não preocupado com o futuro e bem-estar da sua população, mas também um primeiro-ministro agarrado ao poder", declarou a deputada bloquista Mariana Mortágua, que comentava no parlamento a entrevista desta noite de Pedro Passos Coelho dada à SIC.
O membro da comissão política do PCP Jorge Cordeiro considera que a entrevista foi um "momento de propaganda", que escondeu a "mais grave e brutal" corte nos rendimentos e no Estado Social.
A deputada do partido ecologista “Os Verdes” Heloísa Apolónia condena o Governo da maioria PSD/CDS-PP por querer um "Estado mínimo" e de não atender ao "drama" em que consiste a pobreza e o desemprego em Portugal.
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, elogiou a postura do primeiro-ministro na entrevista à SIC, considerando que Passos Coelho foi sereno, mobilizador e realista.
O porta-voz do CDS, Filipe Lobo d' Ávila, elogiou Pedro Passos Coelho, descrevendo a entrevista como um momento de "fim de ciclo da ´troika'".