23 nov, 2012 • Joana Bénard da Costa
Um violoncelo com quase 300 anos, construído por Stradivari e que teve como último proprietário o Rei D. Luís costuma estar imóvel numa das prateleiras do Museu da Música, mas sábado e domingo sai para concerto.
O raro privilégio é concedido ao violoncelista português Bruno Borralhinho. “Desde que tocou o Rei D. Luís neste violoncelo, muito poucas pessoas puderam chegar perto, portanto é para mim uma honra poder fazer estes concertos e contribuir para a divulgação do próprio instrumento.”
Violoncelista da orquestra metropolitana de Dresden, Bruno Borralhinho mostra-se honrado mas também algo nervoso: “Há sempre um bocadinho de receio, mas por outro lado se estou a pensar nisso a cada segundo vai acabar por acontecer alguma coisa, portanto o melhor é fazer as coisas com toda a naturalidade.”
Não é para menos. Helena Trindade, directora do museu, diz que o violoncelo é das peças mais importantes. “É uma peça carismática e emblemática do Museu da Música. É das últimas peças que foram construídas na oficina de Stradivari. D. Luís comprou-o em França e trouxe-o para a sua colecção.”
Parte da colecção do Rei D. Luís está no Museu da Música, palco dos dois recitais, sábado e domingo, às 16h00. No Stradivarius, Bruno Borralhinho, ao piano o austríaco Christoph Berner, vão interpretar a obra completa de Beethoven para violoncelo e piano.
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