21 jun, 2012 • Ana Lisboa
Trinta por cento dos professores enfrentam um esgotamento associado a elevados níveis de ansiedade e depressão, revela um estudo realizado por duas investigadoras do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA).
O estudo demonstra que são os docentes do ensino secundário que apresentam valores superiores nos níveis de stress e que têm mais tempo de carreira.
“Nesta amostra, os professores que estão em esgotamento ou ‘burnout’ [distúrbio psíquico de carácter depressivo] são professores mais velhos na carreira, efectivos, que já passaram por algumas reformas, por algumas políticas, umas vezes com mais motivação e outras com menos e que, neste momento, estão cansados. Além disso, são professores que têm bastante experiência profissional e são professores do ensino secundário”, explicou à Renascença Ivone Patrão, uma das investigadoras deste estudo.
As causas que levam a esta situação são várias, nomeadamente, a sensação de perda de prestígio da profissão de professor, questões burocráticas e relacionadas com a indisciplina e desmotivação dos alunos.
Os professores do ensino primário ou básico, uma parte deles, também sofre de esgotamento, mas por razões específicas, como o facto de serem “o pilar, o único professor”. “São eles que têm que estar em contacto diário com os alunos, com os pais, e são eles que têm que fazer toda a gestão da sala de aula, sublinha Ivone Patrão.
As investigadoras recomendam a intervenção na promoção da saúde mental dos docentes, porque o “professor é a chave” na universo escolar.
O estudo foi apresentado esta quinta-feira, em Lisboa, durante um colóquio internacional de psicologia e educação.