Liga Europa

Franky, há muito trabalho pela frente

25 out, 2012 • José Pedro Pinto

Genk 2-1 Sporting. Leão pode começar a dizer adeus à Europa. Com o novo treinador na bancada, o Sporting voltou a marcar passo. Entrega e atitude irrepreensíveis, mas isso não basta. Falhas insistentes na finalização e uma crónica falta de agressividade continuam a pesar.

Franky, há muito trabalho pela frente

É difícil explicar, no papel, porque é que o Sporting teve atitude suficiente para levar de vencida o Genk e não o conseguiu. É ainda mais difícil explicar como é que uma equipa dita "grande" perde toda a auto-confiança e continua a vacilar nos momentos de maior pressão.

Quase se pode argumentar que Ricardo Sá Pinto já lá esteve, Oceano Cruz ainda lá está, e os mesmos erros continuam a ser cometidos. À atenção do senhor que se segue, há muito trabalho pela frente.

Franky Vercauteren pega na equipa leonina na próxima semana e terá que lidar com o estado de espírito de um plantel que pode ter sentenciado a continuidade na Liga Europa da presente época. A derrota com o Genk (2-1) mantém o Sporting no último lugar do grupo, com apenas um ponto. Os belgas estão a seis de distância. Os húngaros do Videoton, já levam cinco de vantagem.

A confiança é, por vezes, difícil de recuperar. Mas, pior, somente quando a ideia de inverter a tendência está lá, bem entranhada na cabeça dos jogadores, mas não é forte e contínua o suficiente.

Foi este leão que entrou em campo praticamente a ganhar, com entrega e carácter aguerrido. Schaars adiantou o Sporting no marcador logo aos 7'. Mas, depois, lá vem a velha desculpa da inconstância.

O disparo do holandês deu paz e serenidade momentâneas aos companheiros de equipa. Mas - haverá sempre um "mas" nesta crónica -, Rojo decidiu complicar, perdeu a bola e originou um canto que De Ceulaer aproveitou para fazer o empate (23'). É a tal falta de concentração.

E a agressividade, Sporting? Também faltou e, uma vez mais, num ataque em que Wolfswinkel continua a provar que não é barqueiro para esta canoa. Este leão teve ocasiões de golo, é verdade, mas voltou a não acertar na finalização. O que é imprescindível para vencer jogos.

Prosseguimos com a metáfora do barco? Este afunda-se mesmo a três minutos dos 90'. Boulahrouz já tinha sido expulso e optimismo era coisa que não existia do lado luso. Barda, novamente na sequência de um canto, bateu Rui Patrício.

Atitude, sim. Desconcentração, também. Falta de agressividade, gritante.

Ao cuidado de Franky Vercauteren: a equipa que aceitou comandar está perto da capitulação na Liga Europa, ocupa o 12º lugar no campeonato nacional, somou hoje a quarta derrota consecutiva na época e já não vence fora de portas, para as competições europeias, há um ano.