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Desaparecimento de Maddie

Mulher violada na Praia da Rocha em 2004 testemunha no julgamento de Christian Brückner

15 mai, 2024 - 19:41 • Marta Pedreira Mixão

O principal suspeito do caso Madeleine McCann é acusado de cinco crimes sexuais - três violações e dois atentados ao pudor - ocorridos em Portugal, entre dezembro de 2000 e junho de 2017. Os incidentes envolvem cinco mulheres e raparigas com idades entre os 10 e os 80 anos.

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Hazel Behan, uma mulher que afirma ter sido foi violada por Christian Brückner em Portugal há 20 anos, testemunhou esta quarta-feira em tribunal no julgamento do alemão que é o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, em 2007.

O arguido é acusado de cinco crimes sexuais — três violações e dois atentados ao pudor — ocorridos em Portugal, entre dezembro de 2000 e junho de 2017. Os incidentes envolvem cinco mulheres e raparigas com idades entre os 10 e os 80 anos.

De acordo com o jornal britânico Guardian, Hazel Behan, agora com 40 anos, relatou que um homem vestido de preto entrou no seu apartamento na Praia da Rocha, no Algarve, às 3h00 da manhã de 16 de junho de 2004, e a acordou, chamando-a pelo nome. No seu testemunho descreveu como foi repetidamente violada, chicoteada e amarrada no seu apartamento, enquanto era ameaçada com uma faca.

"Virei-me e vi um homem totalmente vestido de preto da cabeça aos pés, com uma faca. A primeira coisa que ele fez foi colocar o joelho nas minhas costas e uma mão sobre a minha boca", descreveu, acrescentando que o agressor montou uma câmara e filmou tudo, tendo depois saído pela varanda.

Behan contactou a polícia britânica quando viu um apelo a eventuais testemunhas, após a polícia alemã ter apontado Brückner, em 2020, como o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann. Isto porque na notícia do apelo havia uma fotografia de Brückner, que Behan reconheceu de imediato como o seu agressor. "Vi os olhos dele e fiquei mal disposta", contou, reiterando à juíza que o identificou, com certeza, como o autor do crime.

A vítima relatou ainda que durante anos se culpou pelo ataque e que continua a ter acompanhamento, além de ter ataques de pânico de forma regular. Behan descreveu também a sua raiva para com a polícia portuguesa, que considera não ter recolhido o seu depoimento de forma adequada.

Brückner nega as acusações de agressão sexual e também nega envolvimento no desaparecimento em 2007 de McCann.

Atualmente, o alemão encontra-se a cumprir pena pela violação de uma turista americana, crime também ocorrido na praia da Luz em 2005, mas deverá ser libertado no próximo ano. A polícia alemã começou a focar as suas investigações em Brückner em 2013, nomeando-o como principal suspeito do desaparecimento de Maddie. As autoridades alemãs continuaram a investigar o caso, mesmo afirmando que não acreditam que McCann esteja viva, sem entrar em pormenores sobre os motivos destas suspeitas.

Behan vai continuar a prestar depoimento na quinta-feira.

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