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UM ANO DE GUERRA NA UCRÂNIA

Fotogaleria. Um ano de "Glória à Ucrânia"

23 fev, 2023 - 21:42 • Pedro Valente Lima

Há 365 dias, as tropas russas marchavam sobre a fronteira ucraniana. Desde então, a Ucrânia vive a destruição da sua casa, a despedida que anseia pelo regresso, o sofrimento que pede paz. Veja as fotografias que marcam um ano de guerra na Ucrânia.

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24 de fevereiro de 2022. Há precisamente ano, começava a invasão russa da Ucrânia. Uma "operação militar especial", como apelidava o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que de dias passou para semanas, de semanas para meses, até atingir um ano.

A ofensiva, lançada de madrugada, estendeu-se por várias regiões do território ucraniano, sobretudo na fronteira leste do país. Desde início, os bombardeamentos russos deixaram um rasto de destruição e marcas profundas na população ucraniana.

De imediato, milhões de ucranianos fizeram as malas e abandonaram as casas em que viveram anos, décadas, quiçá vidas inteiras, para se refugiarem nos países vizinhos.

Especialmente nas primeiras semanas da guerra na Ucrânia, repetiam-se as imagens de comboios sobrelotados, ora rumo à região ocidental do país, ora para países fronteiriços, como Polónia, Eslováquia, Hungria, Roménia, ou Moldova.

A ajuda humanitária internacional acumulava-se de imediato. Fosse para auxiliar quem ficava, com alimentos e roupa, fosse para quem queria sair, oferecendo-se transporte e guarida.

As estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para aos Refugiados apontam para, pelo menos, 18 milhões de refugiados ucranianos devido à invasão russa ao longo de 2022.

Milhões atravessaram a fronteira, em busca de segurança, mas as saudades de casa motivaram igual regresso ao longo do ano passado.

No entanto, houve quem nunca tivesse saído do país. A liberdade dos ucranianos ficava encarcerada em abrigos subterrâneos, resguardados dos ataques aéreos das forças de Putin.

Em março já se somavam episódios de horror, como o massacre de Bucha. Mais de 400 pessoas, civis, foram assassinadas pelo exército russo.

"A própria humanidade foi morta a sangue-frio em Bucha. Executada com as mãos presas atrás das costas, com uma bala na cabeça", lamentava Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

Mas os ucranianos nunca baixaram a guarda.

Fosse o exército, fosse até a resistência popular, a Ucrânia defendia-se com todas as suas forças perante a invasão russa.

Desde o momento em que a guerra estalou, Volodymyr Zelensky prometia estar junto do povo ucraniano e das Forças Armadas do país: "Estamos aqui para defender a nossa independência. Os nossos soldados estão aqui. Os nossos cidadãos estão aqui. E nós aqui estamos. Glória à Ucrânia!"

Embora em Kiev, o Presidente assumia-se como uma voz assídua da resistência ucraniana nos vários palcos internacionais. Através de telefonemas, videochamadas, até de visitas diplomáticas esporádicas, Zelensky pôs todos os países do mundo atentos ao conflito que se desenrolava no país.

Numa guerra ainda sem fim à vista, os ucranianos contam os dias, semanas, meses até poderem regressar de onde nunca quiseram partir.

Ainda no final do ano passado, a Ucrânia começava a somar vitórias na reconquista de território. A libertação de Kherson, no início de novembro, foi um dos vários momentos capazes de devolver abraços e lágrimas de esperança ao povo ucraniano.

Só a partir da união é que "a vida poderá vencer a morte e a luz sobrepor-se à escuridão", dizia Zelensky, na primeira vez que se dirigiu ao Parlamento Europeu após o início do conflito.

Por diversas vezes o Presidente ucraniano recorreu a uma metáfora que teimava em tornar-se real. Os problemas de acesso à energia somavam-se por todo o território, à medida que a ofensiva russa se intensificava. Ainda assim, Kiev mostrou sempre saber como reacender a luz.

"Não esperaremos por um milagre, estamos a criá-lo", sublinhou Zelensky, no seu discurso de Natal.

Em vésperas de se assinalar o primeiro ano da invasão russa à Ucrânia, a visita surpresa de Joe Biden a Kiev reforçou uma mensagem: a Ucrânia não está só.

"Estou em Kiev para reafirmar o nosso inabalável e incansável compromisso para com a democracia, soberania e integridade territorial da Ucrânia."

"Vale a pena lutar, o tempo que for preciso. E é esse o tempo que nós estaremos sempre ao vosso lado: o tempo que for preciso."

24 de fevereiro de 2023. Um ano de invasão russa. Um ano de resistência ucraniana.

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