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Pontifícia Academia para a Vida: o aborto não pode ser um direito

05 mar, 2024 - 08:28 • Olímpia Mairos

A posição do Vaticano surge depois de o Congresso francês ter aprovado a inclusão do aborto na Constituição.

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Acabar com uma vida humana não pode ser um direito. É a posição do Vaticano depois de o Congresso francês ter aprovado a inclusão do aborto na Constituição.

Segundo a Pontifícia Academia para a Vida (PAV), na era dos direitos humanos universais, suprimir uma vida não pode ser um direito e, por isso, defende que a proteção da vida deve ser uma prioridade absoluta.

O organismo do Vaticano apoia assim a posição da Conferência Episcopal Francesa em relação à inclusão na Constituição francesa da garantia de liberdade para as mulheres abortarem.

“Precisamente na era dos direitos humanos universais, não pode haver um 'direito' de suprimir uma vida humana”, lê-se na nota da Pontifícia Academia, citada pelo portal de notícias do Vaticano.

Já a 29 de fevereiro, os bispos franceses tinham reiterado, numa declaração, que “o aborto, que continua a ser um ataque à vida desde o início, não pode ser visto exclusivamente da perspetiva dos direitos das mulheres”.

Os prelados lamentavam, ainda, que “o debate iniciado não tenha mencionado medidas de apoio para aquelas que gostariam de manter seus filhos”.

Por sua vez, a Pontifícia Academia “apela a todos os governos e a todas as tradições religiosas” para que façam o melhor possível, “para que, nesta fase da história, a proteção da vida se torne uma prioridade absoluta, com passos concretos em favor da paz e da justiça social, com medidas eficazes para o acesso universal aos recursos, à educação e à saúde".

As situações particulares de vida e os contextos difíceis e dramáticos do nosso tempo devem ser enfrentados com as ferramentas de uma civilização jurídica que se preocupa, em primeiro lugar, com a proteção dos mais fracos e vulneráveis”, insiste a PAV, acrescentando que “a proteção da vida humana é o primeiro objetivo da humanidade e só pode desenvolver-se num mundo livre de conflitos e lacerações, com a ciência, a tecnologia e a indústria aa serviço da pessoa humana e da fraternidade".

Na nota, divulgada pelo Vatican News, a Pontifícia Academia para a Vida ressalta que, para a Igreja Católica, “a defesa da vida não é uma ideologia”, mas “uma realidade humana que envolve todos os cristãos, precisamente porque são cristãos e porque são humanos”.

“É uma questão de agir a nível cultural e educacional para transmitir às gerações futuras a atitude à solidariedade, ao cuidado, ao acolhimento”, conscientes “de que a cultura da vida não é património exclusivo dos cristãos, mas pertence a todos aqueles que, trabalhando para construir relações fraternas, reconhecem o valor de cada pessoa, mesmo quando frágil e sofredora”, assinala.

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