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Aborto

D. Nuno Brás: "UE corre muito o risco de ser uma união de mortos"

11 abr, 2024 - 05:34 • Henrique Cunha

D. Nuno Brás, bispo do Funchal e vice-presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE), critica em declarações à Renascença a possibilidade de inclusão do aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

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O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, diz temer que a União Europeia (UE) venha a ser "uma União de mortos".

“Se nós esquecermos a cultura da vida, a União Europeia corre muito o risco de ser uma União de mortos, onde se cuida mais a morte que a vida. Não podemos deixar que isso aconteça”, diz o bispo à Renascença, poucos dias depois da Comissão das Conferências de Bispos da União Europeia (COMECE) ter publicado uma nota em que sustenta que "o aborto nunca poderá ser um direito fundamental".

"Não se pode deixar que se valorize mais a morte do que a vida", enfatiza o prelado que é também vice-presidente da COMECE.

No dia em que o Parlamento Europeu vota uma resolução em defesa da inclusão do direito ao aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da UE, D. Nuno Brás critica "o jogo politico" à volta da morte e da vida e diz que o Parlamento Europeu se deveria abster deste tipo de decisões a dois meses de eleições.

"A Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia deve unir os cidadãos europeus e não os deve dividir", argumenta.

"A promoção das mulheres e dos seus direitos não está relacionada com a promoção do aborto", defende, ainda D. Nuno, apontando que na UE "há Estados com posições muito diferentes" sobre o assunto.

D. Nuno Brás sustenta que “a União Europeia deve respeitar as diferenças culturais e tradições dos Estados-membros e as suas competências nacionais”.

Após a inclusão do direito ao aborto na Constituição francesa, o debate sobre a sua introdução entre os direitos fundamentais da UE também foi reaberto, depois de uma resolução apresentada a 7 de julho de 2022 ter suscitado a oposição de alguns Estados-membros.

“Como cidadãos europeus temos todo o direito de dizer em que Europa é que nós queremos viver, e, portanto, para além de sensibilizar os parlamentares, também temos de sensibilizar todos os cidadãos europeus para esta luta pela vida humana”, remata o bispo do Funchal e vice-presidente da COMECE.

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