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Iron Dome. O que é? Como funciona? Basta? Quando foi criado? E custos?

15 abr, 2024 - 15:57 • Fábio Monteiro

É o sistema de defesa antiaérea mais cobiçado ao nível mundial. Zelensky quer um para a Ucrânia. Mas apenas Israel o tem.

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O Iron Dome (Cúpula de Ferro, em português) é o sistema de defesa aéreo antimíssil mais sofisticado do mundo, desenhado à medida das necessidades (e conflitos regionais) de Israel. No último fim de semana, foi essencial para bloquear o ataque sem precedentes do Irão.

O sistema começou a ser desenvolvido em 2007 pela Rafael Advanced Defense Systems e a Israel Aerospace Industries, com o apoio financeiro dos Estados Unidos da América. Ficou operacional em 2011 e, desde então, já foi atualizado e complementado por outros mecanismos de defesa aérea.

A fama e eficácia do Iron Dome é reconhecida mundialmente. De acordo com as Forças de Defesa de Israel, o sistema tem, em média, uma taxa de interceção de mísseis de 90%. Não por acaso, ainda esta segunda-feira, Volodymyr Zelensky pediu um Iron Dome para a Ucrânia, para fazer face aos ataques da Rússia.

O que é?

O Iron Dome é um sistema composto por dez baterias – veículos com lançadores de mísseis manobráveis. Consoante a ameaça, os veículos podem ser colocados em diferentes posições estratégicas, dentro do território de Israel.

Cada veículo tem três ou quatro lançadores com capacidade para 20 mísseis cada um.

O sistema foi desenhado especificamente para intercetar mísseis e ataques aéreos. É capaz de criar uma “cúpula” de até 150 quilómetros quadrados, com o intuito de proteger povoações.

Dado Israel estar rodeados de países árabes, com quem mantém uma relação acrimoniosa, o Iron Dome foi pensado, à partida, para ataques de curto alcance.

Como funciona?

Assim que um objeto não identificado (um míssil, um morteiro, um drone) entra no radar do Iron Dome, o sistema começa, automaticamente, a calcular onde é que este irá cair. Feito o cálculo, é avaliado o risco para a população.

Se alguma povoação estiver em risco, o sistema dispara – mais uma vez, automaticamente – um míssil de interceção, a partir de uma das dez baterias. O objeto é destruído, transformado em detritos, ainda no ar.

O sistema consegue intercetar objetos voadores vindos de diferentes direções em simultâneo.

Basta?

O Iron Dome funciona em complementaridade com mais dois sistemas. O Arrow (Flecha, em português), destinado a intercetar mísseis de longo alcance. E o David’s Sling (Funda de David, em português), que interceta mísseis de médio alcance.

Ambos foram desenvolvidos com o apoio dos Estados Unidos da América.

Quando foi criado?

O Iron Dome surgiu após a guerra do Líbano de 2006. Então, o grupo armado Hezbollah lançou milhares de mísseis contra Israel. O conflito durou pouco mais de um mês, mas deixou um rasto de destruição. Morreram 121 soldados das Forças de Defesa de Israel, 1244 ficaram feridos.

De modo a evitar uma repetição desse momento, Israel decidiu investir na criação de um novo sistema de defesa contra mísseis.

E custos?

Cada míssil disparado pelo Iron Dome custa, em média, 36 mil euros. Por sua vez, cada bateria (veículo) do sistema custa mais de 90 milhões de euros.

Não há números oficiais para os custos de desenvolvimento do sistema.

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