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CEPAC confirma caso de agressão de criança e assume erros. “Termo ‘linchamento’ não é o adequado”

18 mai, 2024 - 23:28 • Diogo Camilo

Centro Padre Alves Correia fala em erro de revelar informações sobre a nacionalidade e a idade da criança e mostra “total disponibilidade para colaborar” com o Ministério da Educação.

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O Centro Padre Alves Correia (CEPAC) assumiu este sábado que o termo “linchamento” utilizado na denúncia da agressão com alegadas motivações racistas a um menino nepalês de nove anos, noticiada pela Renascença a 14 de maio, “não é o adequado”, confirmando o caso e mostrando “total disponibilidade para colaborar” com o Ministério da Educação.

“Reconhecemos que o termo “linchamento”, que foi utilizado, não é o adequado e surgiu enquanto manifestação espontânea face aos contornos da agressão, e assumimos que foi um erro prestar informação sobre a nacionalidade e a idade da criança”, refere a instituição da Igreja, em comunicado enviado às redações este sábado.

À Renascença, Ana Mansoa, diretora-geral do CEPAC, declarou que "o filho de uma senhora acompanhada pelo CEPAC, que tem nove anos, e que é uma criança nepalesa, foi vítima de linchamento no contexto escolar por parte dos colegas", e acrescentou que o caso ocorreu há cerca de dois meses e "foi filmado e divulgado nos grupos do WhatsApp das crianças".

Esta sexta-feira, em reação, o Ministério da Educação diz ter recebido do CEPAC “detalhes e contornos distintos” no que diz respeito à agressão, depois de uma reunião a pedido da instituição, na qual informou o Governo de que “não há qualquer indício de ter ocorrido um ‘linchamento’”.

Em comunicado, o CEPAC diz agora que “os factos e contornos da agressão foram transmitidos à Procuradoria da Família e Menores e ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação” e que cabe a estas entidades apurar o que aconteceu, mostrando “total disponibilidade para colaborar”.

Esta quinta-feira, o Ministério Ministério Público confirmou a abertura de um inquérito-crime e de um inquérito tutelar educativo, devido à possibilidade das agressões terem sido levadas a cabo por menores entre os 12 e os 16 anos.

O MP reconheceu à Renascença "a receção de uma denúncia relacionada com a matéria", mas apontou que "dela não consta informação relativa à nacionalidade da vítima". "Nessa denúncia indica-se apenas a nacionalidade da mãe, a qual não é nepalesa", declaram as autoridades judiciais.

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