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Argentina. Senadores aprovam aumento de 170% para si próprios

20 abr, 2024 - 09:36 • Lusa com Redação

O país enfrenta um momento grave de austeridade orçamental e o Presidente do país já disse que pretende reverter a decisão.

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Os senadores da oposição a Milei da Argentina aprovaram para si próprios um aumento salarial de 170%. Foi uma votação relâmpago sem debate e por braço no ar.

O país enfrenta um momento grave de austeridade orçamental e o Presidente do país já disse que pretende reverter a decisão.

A câmara alta do Congresso votou na quinta-feira, no final da sessão ordinária e em menos de dois minutos, o aumento da remuneração a partir de junho, para cerca de 4 milhões de pesos (4.300 euros, à taxa de câmbio atual) líquidos por mês.

Os senadores da oposição, que dominam o Senado de 72 membros - onde nenhum grupo tem maioria absoluta - votaram a favor do aumento, enquanto os aliados do governo ultraliberal não participaram na votação, sem impedir o quórum, nem solicitar voto nominal, práticas habituais quando não há consenso.

Num país que enfrenta uma inflação de 288%, onde o salário mínimo mal ultrapassa os 202.000 pesos (200 euros) e com 41,7% de pobreza, os meios de comunicação social ‘atacaram’ os parlamentares.

“Assim vive a casta” [política], denunciou, por sua vez, o Presidente ultraliberal Javier Milei através da rede social X, enquanto o ministro da Economia, Luis Caputo, falou de uma vergonha e de um “nível total de desconexão com o povo e a situação económica”.

Deputados de todos os quadrantes tentaram esta sexta-feira acalmar a polémica, com os deputados pró-governo a gabarem-se de não terem votado a favor, e a oposição a acusá-los de hipocrisia por não se terem oposto.

O pequeno partido de Milei, La Libertad Avanza, e os seus aliados da Propuesta Republicana (PRO), partido de centro-direita, anunciaram na sexta-feira que vão apresentar um projeto de lei para reverter esse aumento.

A Argentina registou uma inflação de 211,4% no ano passado, a taxa mais elevada do mundo e a mais elevada do país sul-americano desde a hiperinflação de 1989-1990, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que esta desça para 45% em 2025.

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