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Assad diz não haver condições para um acordo de paz

22 out, 2013 - 12:45

Numa entrevista a uma cadeia libanesa de televisão, o presidente sírio defendeu que só “uma solução síria” será solução para a guerra e deu já sinais de estar disposto a concorrer às eleições presidenciais de 2014.

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O presidente sírio, Bashar al-Assad, considera que não existem condições para se realizarem negociações de paz com a oposição.

"Não foi fixada nenhuma data, mas as condições não estão reunidas se quisermos que [a conferência pretendida pela Federação Russa e os EUA] seja um sucesso", disse Al-Assad, numa entrevista, na noite de segunda-feira, à noite pela cadeia libanesa de televisão Al-Mayadeen.

"Quais são as forças que participarão? Que relações têm essas forças com o povo sírio? Essas forças representam o povo sírio ou foram os Estados que as inventaram? Como é que essas forças podem representar o povo sírio, se elas vivem no exterior? Elas não ousam vir à Síria?", ironizou o presidente, deixando claro que a solução para o conflito sírio deve passar por “uma solução síria”.

Na entrevista, Al-Assad acusou, ainda, o ramo sírio da Irmandade Muçulmana de ser "uma organização terrorista e oportunista, que utiliza a religião para fins políticos".

Por outro lado, o presidente sírio manifestou-se disposto a apresentar-se às eleições presidenciais de 2014. "A minha resposta depende de dois factores: o primeiro é a vontade pessoal, o segundo a vontade do povo. Quanto ao primeiro, não vejo porque não me devo apresentar à próxima eleição", declarou.

Numa primeira reacção às palavras do presidente da Síiria, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que, se Al-Assad fosse reeleito em 2014, a guerra iria continuar.

"Se ele pensa resolver os problemas apresentando-se como candidato à sua reeleição, posso dizer-lhe isto: acredito que a guerra não vai acabar enquanto ele permanecer onde está", disse Kerry, durante uma conferência de imprensa, em Paris.

"Ele bombardeou e gaseou os habitantes do seu próprio país. Como é que este homem pode legitimamente reivindicar a presidência no futuro?", argumentou ainda o secretário de Estado norte-americano.
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