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Iniciativa Liberal propõe comissão de inquérito à Santa Casa

16 mai, 2024 - 06:19 • Lusa

A Iniciativa Liberal propôs a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão financeira e à tutela política da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, considerando imperativo investigar os "investimentos ruinosos" feitos desde 2015.

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A líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, afirmou que o partido decidiu avançar com esta proposta por considerar que as várias audições que têm sido feitas no parlamento sobre a Santa Casa não têm "clarificado muita coisa", em declarações à agência Lusa.

"O que percebemos é que, apesar de nenhum dos intervenientes e de todas as pessoas que foram às várias audições solicitadas até agora poderem dizer que não têm responsabilidades, nenhum assumiu as responsabilidades relativamente a este processo", afirmou.

Mariana Leitão considerou que, na Santa Casa de Lisboa, se verifica um "triângulo perverso", composto por "investimentos ruinosos", que têm causado "prejuízos avultados", uma "estrutura de custos completamente desfasada do que se espera de uma instituição com uma gestão eficiente", e a permeabilidade "a interferências político-partidárias, nomeadamente por conta das nomeações e das várias chefias que existiam".

Nesse âmbito, os liberais decidiram apresentar uma comissão parlamentar de inquérito à "gestão financeira e à tutela política da SCML", cobrindo um período que começa em 2015, no final do executivo do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e vai até ao executivo atual, liderado por Luís Montenegro.

Mariana Leitão explicou que a Iniciativa Liberal optou por este período por ser precisamente em 2015 que começou uma política de "investimentos ruinosos", em particular através de um investimento em apostas hípicas, quando Pedro Santana Lopes era provedor da SCML, que "deu prejuízos de vários milhões".

"Queremos perceber não só esse investimento, como depois todo o processo de internacionalização, os vários investimentos que foram feitos em infraestruturas da Saúde", disse, acrescentando que essa gestão da instituição é "transversal a vários governos e também é da responsabilidade de vários provedores que foram gerindo a Santa Casa".

A líder parlamentar liberal considerou imperativo perceber que avaliações de risco estiveram por detrás desses investimentos, o que é que os motivou e quais são os prejuízos que causaram à Santa Casa de Lisboa, "de forma também a perceber o que é que é preciso corrigir".

"A verdade é que, ao longo destes anos, estas decisões foram sendo tomadas, os alarmes foram soando, mas nunca houve uma ação efetiva, concreta, com planeamento de médio, longo prazo, para resolver as questões financeiras", afirmou.

Questionada sobre quem é que a Iniciativa Liberal admite chamar caso a comissão de inquérito seja aprovada, Mariana Leitão respondeu que deverão ser ouvidos "os provedores responsáveis por todos estes investimentos e os vários ministros da tutela" desde o XIX Governo Constitucional, de Passos Coelho.

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  • Anastácio José Marti
    16 mai, 2024 Lisboa 11:18
    O país exige a estes pseudo políticos que façam mais e deixem de adiar para amanhã o que pode e deve ser feito hoje. Se o país já tem o Ministério Públio que há muito deveria estar a investigar tais negócios e quem os fez em nome do Estado e de Portugal, e tem o Tribunal de Contas que deveria pronunciar-se sobre a legalidade ou ilegalidade das contas da SCML, para que serve mais uma comissão de inquérito? Mais importante do que qualquer Comissão de Inquérito está o facto de o Ministério Público, que se conheça, ainda nada tenha investigado e de que o Tribunal de Contas ainda nada tenha dito no que às contas da SCML diz respeito, para se saber se há ou não ilícitos e punir quem os tenha supostamente cometido para que a culpa não volte a morrer solteiro como quase sempre neste país acontece. Apesar de saber que neste país qualquer investigação demora muito mais tempo do que o que deveria demorar, investigue-se o que houver a investigar responsabilize-se quem tiver de ser responsabilizado, para salvaguarda dos nome, imagem e história da SCML que merece bem mais e melhor do que os dirigentes que tem tido, assim como os cidadãos que àquela instituição têm necessidade de recorrer, os quais, merecem bem melhor do que o suposto serviço de apoio que foi desumanamente retirado a todos e todas as doentes crónicas, no que à aquisição dos seus medicamentos diz respeito, sem que a Provedora ainda em funções nada tenha feito para devolver aos doentes crónicos os apoios retirados até hoje.

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