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"Estarão os cravos a murchar?" Como a imprensa internacional cobriu os 50 anos do 25 de Abril

25 abr, 2024 - 11:30 • Eduardo Soares da Silva

De França a Macau, passando pelo Brasil, Reino Unido e pela vizinha Espanha, a celebração dos 50 anos do fim da ditadura portuguesa é destaque na imprensa internacional esta quinta-feira.

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A celebração dos 50 anos do fim da ditadura em Portugal foi destaque na imprensa internacional desta quinta-feira, 25 de Abril de 2024, com muitos dos jornais e revistas a relacionarem a marca com o crescimento da extrema-direita nas eleições do último mês.

No Reino Unido, o jornal "The Guardian" destaca a história do militar Filipe Villard Cortez e o seu papel na base aérea de Monte Real ao negar uma resposta à invasão da capital pelas forças militares.

No entanto, o artigo relaciona ainda o crescimento do Chega nas eleições de 10 de março: "Ainda que os festejos do 25 de Abril se espalhem pelo país, vem na ressaca de uma eleição legislativa que viu o partido da extrema direita crescer para 50 deputados".

Nos Países Africanos de Língua Oficial Portugueses (PALOP), cujos chefes de Estado se reúnem com Marcelo Rebelo de Sousa ao final da tarde, não há uma grande cobertura do tema nas versões online dos jornais.

O "Jornal de Angola" destaca o discurso do presidente João Lourenço no Centro Cultural de Belém no evento da tarde. Paulo Rangel, ministro português dos Negócios Estrangeiro, considerou "simbólica" a presença angolana nas comemorações, uma afirmação em destaque na edição do jornal.

A "Euronews", rede de estações televisivas europeias, questiona se os cravos estarão a murchar. O antigo militar Vasco Lourenço define o partido de André Ventura como "claramente não democrático"

Em França, o 25 de Abril teve direito a chamada de capa nos jornais e revistas. O "Libération" dedica duas páginas ao tema na sua versão impressa e faz manchete com uma fotografia de há 50 anos com a legenda: "O que resta dos cravos em Portugal?"


Já o "L'Humanité" olha para a academia portuguesa e como os jovens portugueses olham para o dia e, também, para o crescimento do Chega. O tema é manchete na versão online e impressa.

A atualidade espanhola é marcada, no dia de hoje, pelas declarações do primeiro-ministro Pedro Sánchez, que admitiu demitir-se devido a uma investigação à sua esposa. Ainda assim, o "El País" dedica espaço ao tema na sua versão online.

Do outro lado do Atlântico, e no dia seguinte a Marcelo Rebelo de Sousa ter afirmado que Portugal era responsável pelos crimes cometidos durante a época da escravatura na era colonial, a Folha de São Paulo dá destaque, na primeira página, à história de Francisco e Evelina, que cancelaram a lua de mel devido ao dia da revolução.

Em Macau, a imprensa em língua portuguesa cobriu extensivamente o tema. O jornal "Ponto Final" dedica cinco páginas ao 25 de Abril e o "Hoje Macau" olha para como era o país na altura da Revolução dos Cravos.

Também a agência noticiosa Reuters e a Associated Press noticiaram a celebração dos 50 anos do dia que estabeleceu a liberdade em Portugal, os seus contornos, causas e consequências.

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  • raul Silva
    25 abr, 2024 Agualva-Cacém 20:15
    Foi pena que nenhum orgão de comunicação estrangeiro tivesse mencionado que, 50 anos depois, Portugal tem um Presidente da República, apoiante do anterior Regime, cobarde por ter fugido ao cumprimento do Serviço Militar Obrigatório e que, hoje, dá vivas aos Capitães de Abril..

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