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Provedora de Justiça

Seremos capazes de salvar a liberdade? Questão necessita mais do que nunca de uma resposta

25 abr, 2024 - 08:11 • Liliana Monteiro

Maria Lúcia Amaral acredita que os portugueses não querem abdicar da liberdade de expressão e da igualdade de todos e fala num momento importante de transmissão dos valores de Abril às novas gerações que vão dar seguimento à política do país.

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A Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, considera que está na hora do país responder a uma questão: “Seremos capazes de salvar a liberdade?”

Em entrevista à Renascença e questionada se em 50 anos, pós 25 de abril, nunca se sentiu necessidade tão grande de refletir sobre a democracia como agora, a Provedora de Justiça, admite que é o momento.

'É a primeira vez em que somos tão confrontados com esta pergunta: seremos, ou não seremos, capazes perante as circunstâncias do mundo que nos rodeia, salvar e preservar coisas tão boas que eu acho que não queremos prescindir delas, como por exemplo a liberdade de expressão sem nenhum constrangimento?”

Maria Lúcia Amaral acredita que não se quer dar um passo atrás.

"É minha convicção profunda que nós não queremos perder as coisas formidáveis. Por exemplo, todos os cidadãos são iguais perante a lei, todos os votos valem o mesmo e são iguais, não há crime sem lei, independência do poder judicial, não queremos perder nada disto!”

Em seguida, sublinha que “o grande desafio que temos nestes 50 anos é saber como é que, perante uma tão grande mudança histórica, vamos ser capazes de guardar o essencial e de o adaptar".

Instada a avaliar a classe política atual, da qual os portugueses desconfiam algumas vezes, Maria Lúcia Amaral diz que Portugal atravessa hoje um fenómeno idêntico ao de outros países, uma transição de geração.

"A geração que viveu na pele todas as dores, e que se comprometeu a reconstruir as coisas de uma forma melhor, atinge o seu fim e tem de ser substituída por outra que não a viveu.”

E considera que hoje o grande desafio é, precisamente, saber como se passa à geração seguinte o património que se herdou. “Os países felizes são aqueles que são capazes de atravessar este teste de transmissão às novas gerações do que é essencial e eu aposto que nós fazemos parte desses países felizes, quero acreditar", conclui Maria Lúcia Amaral.

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  • Anastácio José Marti
    26 abr, 2024 Lisboa 14:29
    Como pode um país salvar a liberdade alguma vez, enquanto tivermos as centenas de sem abrigo que não têm acesso a uma habitação, enquanto tivermos uma grande parte da população nas pobreza e miséria envergonhadas, enquanto exigirmos a um TRABALHADOR DEFICIENTE, que tenha pelo menos um grau de incapacidade de peço menos 80% durante pelo menos 15 anos, para que o mesmo se possa aposentar sem ser penalizado quando exigimos em simultâneo a qualquer PSP que tenha apenas 55 anos de idade para o poder fazer, enquanto permitirmos que a Administração Pública esteja toda ela politizada por asilados e parasitas políticos que nunca nada souberam dirigir e que em nada dignificam a mesma Administração Pública, assim como, enquanto permitirmos que trabalhadores DEFICIENTES sejam vítimas de verdadeiros homicídios profissionais e impedidos de evoluírem profissionalmente pelo Estado português, etc. Enquanto estas vergonhas nacionais existirem e o DEVER DE CIDADANIA continuar a ser letra morta para todos e cada um que tendo conhecimento destas vergonhas nada faz para as denunciar nem debelar, Que liberdade podem ter as vítimas destas vergonhas num país que subscreveu a Declaração Universal dos Direitos Humanos que como aqui provo com estes exemplos nunca respeitou. É isto liberdade? Onde? Quando? para quem?

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