Nuno Melo não diz se se vai retratar sobre serviço militar para jovens delinquentes

Remetendo uma resposta para mais logo quando for ao Parlamento, o ministro da Defesa recusou esta manhã dizer se vai, ou não, retratar-se por ter defendido a possibilidade de jovens delinquentes cumprirem serviço militar como correção.

Nuno Melo falava no Campo de Santa Margarida, em Constância, onde decorre o exercício ORION24 que junta cerca de mil e 500 militares portugueses, da Eslováquia, Espanha e Roménia, num treino de capacidades multinacionais e prontidão para um conflito de alta intensidade.

Em declarações à RTP, o ministro da Defesa sublinhou que o Governo tem em preparação um pacote para as Forças Armadas.

“Vamos fazê-lo através de um pacote legislativo que, em diferentes áreas, dará resposta àquilo que são problemas já identificados relacionados com o recrutamento e a necessidade de retermos os militares nas Forças Armadas”, disse.

A estratégia – segundo Nuno Melo – passa “pela dignificação, discutindo aquilo que tencionamos fazer com as chefias militares e ouvindo as associações”.

O governante deixou ainda a garantia de que “depois de oito anos sem grande investimento nas Forças Armadas em muitíssimo [pouco] tempo daremos melhor resposta”.

Questionado para quando o pacote legislativo, o governante disse apenas: “muito em breve”.

O ministro da Defesa estará esta quarta-feira, às 18h00, na Comissão de Defesa Nacional a pedido da Iniciativa Liberal e do Chega, na sequência das declarações proferidas a propósito do ingresso nas Forças Armadas de jovens que cometam pequenos delitos como alternativa às instituições de reabilitação.

A hipótese chegou a ser apoiada publicamente pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que afirmou que Nuno Melo "obviamente falou em nome de todo o Governo". Contudo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, quando questionado, recusou-se a abordar o tema.vc

Após duras críticas, nomeadamente das associações representativas de oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas, que consideraram a ideia "peregrina" e "absurda", o Ministério da Defesa emitiu um comunicado no dia 30 de abril negando que Nuno Melo tenha anunciado o recrutamento de jovens delinquentes e referindo que a hipótese foi abordada em contexto meramente académico.