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Aumentos salariais. Socialista Porfírio Silva diz que proposta da CIP corta proteção social dos trabalhadores

27 set, 2023 - 21:49 • José Pedro Frazão

No programa "Casa Comum", Porfírio Silva, membro da direção nacional do PS, defendeu que a proposta dos patrões “vê bem ao perto mas vê mal ao longe” - por alegadamente sugerir um corte nas contribuições que, na opinião do deputado socialista , equivale a um corte na proteção dos trabalhadores.

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Porfírio Silva, dirigente nacional do PS, considera que a proposta da CIP - Confederação Empresarial de Portugal para aumentar os salários beneficia quem ganha mais e implica um corte na proteção social dos trabalhadores.

No programa “Casa Comum” da Renascença, o deputado socialista defendeu que a proposta dos patrões revela revela miopia, “porque vê bem ao perto mas vê mal ao longe”, por alegadamente sugerir um corte nas contribuições que, na opinião de Porfírio Silva, equivale a um corte na proteção dos trabalhadores.

“Significa cortar, não agora, mas quando os trabalhadores mais necessitarem, por exemplo, quando estiverem no desemprego ou na reforma. E isso é ainda pior. Além disso, o que se propõe é que o prémio salarial voluntário seja financiado à custa da redistribuição - que representa o sistema progressivo de impostos - porque, na realidade, quem beneficia mais deste mecanismo são aqueles que ganham mais”, explica o dirigente nacional do Partido Socialista.

Já o vice-presidente da CIP, Pedro Duarte, rejeita a ideia de que a proposta dos patrões de um aumento salarial com redução temporária da TSU implique um risco para o sistema previdencial.

"Ninguém aqui quer pôr em causa a sustentabilidade da Segurança Social. Estamos a falar de uma situação que é evidentemente excecional. É um 15.º mês, um acréscimo que poderá ser proporcionado aos trabalhadores num momento particularmente complexo. O país todo já reconheceu que temos um problema de facto de competitividade dos nossos salários”, responde o antigo deputado do PSD.

Pedro Duarte assegura que a receita da Segurança Social não será tocada, mas argumenta que o destino dessas verbas não pode servir para “engordar o Estado”, antes devem ser canalizados diretamente para os contribuintes.

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“E mesmo se o problema for da sustentabilidade da Segurança Social, pode haver outras formas de financiar a Segurança Social, nomeadamente que não seja através dos rendimentos do trabalho. Ainda ontem ouvi um economista, por exemplo, sugerir que uma parte da receita do IVA pode ser alocada ao orçamento da Segurança Social. E sobre isto, a esquerda não fala", insiste o antigo deputado do PSD.

Pedro Duarte diz que o Estado também tem que fazer um esforço para ajudar a subir os ordenados, reconhecendo que os salários são muito baixos em Portugal.

“É muito importante que toda a gente faça um esforço. As empresas estão disponíveis para fazer esse esforço, mas é importante também que o Estado, já agora, faça algum esforço também", complementa o comentador do programa “Casa Comum” da Renascença.

Noutro plano, o social-democrata Pedro Duarte diz não estar incomodado com o anúncio do Chega, que revela a intenção de apresentar as propostas da CIP para aumento dos salários na Assembleia da República na discussão do Orçamento do Estado.

"Mesmo com um partido como o Chega - e sou insuspeito quanto a isso - não gosto de rotular ou de pôr em causa a substância de propostas. Há uma expressão que diz que até um relógio parado está certo duas vezes por dia. Pode ser que neste caso o Chega acerte", responde o presidente do Conselho Estratégico do PSD.

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