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Detido estudante português que terá ordenado massacres em escolas no Brasil

02 mai, 2024 - 20:21 • Ricardo Vieira

Numa das situações, um rapaz de 15 anos invadiu uma escola em São Paulo e matou uma rapariga de 17 anos com um tiro na cabeça.

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A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta quinta-feira no Norte do país um estudante português que terá ordenado massacres em escolas no Brasil, avançou esta quinta-feira a CNN Portugal.

Em causa estão os crimes de homicídio qualificado e incitamento ao ódio e à violência, além de pornografia de menores, adiantou posteriormente a PJ, em comunicado.

O jovem de 17 anos é suspeito de ter criado uma comunidade online na plataforma Discord, a partir de casa dos pais, onde instigava e ordenava outros jovens a atacar estabelecimentos de ensino

"O detido criou e gere um grupo na plataforma Discord, já devidamente identificada, onde se agruparam diferentes pessoas apologistas dos mesmos ideais e que pretendiam cometer atos semelhantes aos idealizados e propagados por aquele, como sejam: automutilação grave de jovens, mutilação e morte de animais, difusão de propaganda extremista nazi, instigação e prática da “missão” de cometer massacres em escolas (filmados e transmitidos através do telemóvel) e, ainda, partilha e venda de pornografia infantil por parte deste suspeito", detalha a PJ.

O detido terá estado envolvido em quatro casos, adianta a CNN Portugal.

Numa das situações, um rapaz de 15 anos invadiu uma escola em Sapopemba, São Paulo, e matou uma rapariga de 17 anos com um tiro de revólver na cabeça.

O ataque, que aconteceu em outubro do ano passado, provocou ainda ferimentos em outros três alunos.

"No grupo, através da plataforma Discord, o autor material do crime partilhou inclusive imagens da arma e da balaclava (gorro) que iria utilizar, bem como da escola onde o crime iria ocorrer", segundo a Judiciária.

O estudante português recrutou novos seguidores para a sua comunidade online após este massacre em São Paulo, que inspirou mais três tentativas de assassinato em massa em escolas brasileiras. Estas ações foram travadas pelas forças de segurança.

De acordo com a Judiciária, na plataforma online havia "transmissões ao vivo de agressões contra animais que levam à sua mutilação e morte, jovens a beber detergente e a auto mutilarem-se com objetos cortantes".

"Através de um ideário particularmente violento e extremista, o jovem detido prestava conselhos quanto ao modus operandi e indumentária a envergar pelos demais intervenientes aquando da preparação e prática dos crimes", adianta a PJ.

O suspeito detido em Portugal foi identificado através do endereço do computador, numa operação realizada pela Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária e da unidade de combate ao cibercrime, com a colaboração da Polícia Federal do Brasil.

Nas buscas domiciliárias realizadas esta quinta-feira foi "apreendido um vasto acervo probatório, designadamente material informático e digital".

A investigação continua para tentar identificar, em termos internacionais, "outros agentes dos crimes em que possam estar envolvidos nesta rede e neste tipo de condutas", refere a Judiciária.

O detido vai esta sexta-feira ser presente a um juiz para aplicação das medidas de coação.

[notícia atualizada]

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