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O que disse Rúben Amorim depois do título de 2021? "Toda a gente precisa de tempo"

06 mai, 2024 - 10:55 • Hugo Tavares da Silva

Em 2021, na primeira vez em que conquistou o título de campeão nacional, Rúben Amorim tirou o chapéu ao “mérito” dos jogadores, defendeu Paulinho e olhou para a frente: “Os jogadores que festejem e que se preparem”.

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Quando assinou pelo Sporting, pediu “espaço” no museu. Afastou as nuvens de uma surpreendente contratação com um tenro e atrevido “e se corre bem?”. Agora, depois de tanto se dizer sobre a sua mais do que prometida e anunciada saída de Alvalade, parece estar pronto para ficar e promete um bicampeonato que escapa há muito, muito tempo.

Rúben Amorim é um homem inteligente, ambicioso e com um dom para ligar com as pessoas. Aparentemente, é fácil para ele manusear o verbo. Aligeirou o ambiente no futebol português e juntou a isso uma equipa competitiva, solidária e cheia de competência e qualidade. São agora dois títulos nacionais em quatro temporadas, não é coisa pouca.

Depois de mais uma festa memorável, esta sim exemplar e sem distúrbios, ao contrário da celebração de 2021, a Renascença puxa a fita atrás para recordar as palavras que lhe saltaram da garganta nesse primeiro título do treinador, agora com 39 anos, que imita Cândido de Oliveira, o primeiro e até domingo o único português a conquistar dois campeonatos no Sporting.

“Quero agradecer aos jogadores, ao staff. Passaram anos difíceis, tiveram hoje a recompensa”, começou por dizer na altura, assinalando o fim do jejum de 19 anos.

E continuou: “O mérito é dos jogadores que lutaram. Acabámos em sofrimento, não marcámos o segundo golo. É o reflexo da nossa época. Fomos melhores, mas não marcámos o segundo”, desabafou, no final do jogo com o Boavista, que sentenciou o 19.º título para os leões.

O lisboeta falou na pressão. “Senti o peso vir ao de cima. As pessoas queriam mesmo festejar este campeonato. Queria muito ganhar pelos meus jogadores, pelo clube e por outras razões menos saudáveis. Não vou dizer quais”, alimentou um mistério.

Aproveitou para defender Paulinho publicamente, criticado e mal-amado pelos sportinguistas, hoje em dia com direito a um cântico especial. O canhoto beneficiou muitíssimo da presença de Viktor Gyokeres. “Toda a gente precisa de tempo”, disse, em 2021, sobre o avançado que custou muito dinheiro. “E a bola pode entrar ou não. O Paulinho marcou, mas hoje também falhou três ou quatro. Se não tivéssemos ganho, toda a gente crucificava o Paulinho. O futebol é mesmo assim.”

Finalizando, na flash interview e não no Marquês de Pomba como aconteceu neste domingo, Rúben Amorim falou em promessas. “Só fiz duas, quando nasceu o primeiro filho e o segundo filho. Sem eles é que não há muita razão de viver”, começou por dizer. Curioso, três anos depois, um dos filhos passeou-se com Amorim no palco diante do povo em delírio na rotunda mais famosa do país.

“No futebol, a bola entra, não entra… Na próxima época, começa tudo de novo. A época passada tivemos mais derrotas. Tudo muda. Os jogadores que festejem e que se preparem.”

Agora, os jogadores do Sporting têm de se preparar para a final da Taça de Portugal contra o FC Porto, no dia 26 de maio. Ou seja, há uma dobradinha no horizonte, algo que não acontece desde 2002. Seria a sétima para os leões.

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