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Tavares quer partido a apontar "via de saída" contra extrema-direita e pede união

11 mai, 2024 - 21:07 • Texto da Lusa. Reportagem áudio de Tomás Anjinho Chagas, Renascença.

Rui Tavares salientou perante os membros e apoiantes que "o Livre é um partido viável e tem também que ser fiável".

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Congresso do Livre. Reportagem Tomás Anjinho Chagas, 11 de maio

O porta-voz do Livre Rui Tavares defendeu este sábado que o partido deve "apontar uma via de saída contra a extrema-direita" e o autoritarismo, numa intervenção em que pediu aos congressistas que divergências internas não sejam "o assunto principal".

Estas posições foram defendidas pelo deputado e historiador numa intervenção no 14.º Congresso do Livre, que decorre até domingo no pavilhão municipal da Costa de Caparica, município de Almada (Setúbal), e na qual elencou as missões que o partido tem no futuro próximo.

Tavares insistiu numa ideia que já tinha deixado à entrada da reunião magna, de que o partido tem que estar "preparado para governar" e acrescentou como segunda missão "apontar uma via de saída contra a extrema-direita e contra o autoritarismo autoritário".

O deputado alertou que as pessoas estão assustadas com o crescimento do autoritarismo, do discurso de ódio e da violência "que já fez vítimas".

Rui Tavares voltou a criticar o Chega, que tem acusado o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, de "traição à pátria" e agendou para a próxima semana um debate de urgência no parlamento sobre "a situação provocada pelas declarações do senhor Presidente da República em relação à reparação histórica das ex-províncias ultramarinas".

O historiador salientou que o atual chefe de Estado nem sequer foi apoiado pelo Livre e que o partido que agendou este debate "vem do campo politico" de Marcelo e "bajulou-o".

"Traição à pátria é estar a acontecer tudo o que está a acontecer no mundo e não ser falado na Assembleia da República", criticou.

O dirigente recuou ainda à governação de maioria absoluta socialista de António Costa, apontando que a crítica da falta de diálogo "enfiava que nem uma luva" ao anterior primeiro-ministro e deixou a mesma crítica ao atual primeiro-ministro, o social-democrata Luís Montenegro.

Tavares apontou que o país vive uma situação de "enorme ingovernabilidade" e questionou "onde é que está o futuro" no programa do Governo.

Numa intervenção fortemente aplaudida pelos congressistas, que empunharam bandeiras no final, Rui Tavares salientou perante os membros e apoiantes que "o Livre é um partido viável e tem também que ser fiável".

"O Livre tem que ter modos de funcionamento que estejam de tal forma afinados e que sejam adotados por todos nós, que não sejam o assunto principal, porque sabemos que quando são o assunto principal eles impedem-nos de estar a falar de todos os outros assuntos que importam", apelou, depois de vários congressistas terem manifestado divergências quanto ao funcionamento dos órgãos e um processo polémico de primárias na escolha do cabeça de lista às eleições europeias, Francisco Paupério.

A nível interno, o dirigente salientou que o partido "não tem primárias abertas por acaso" e que elas "não caíram do céu".

Também fez referência às candidaturas à Assembleia, órgão máximo entre congressos, para o qual qualquer membro do Livre se pode candidatar e cujas candidaturas estão afixadas numa das paredes do pavilhão municipal.

"Este partido tem um mural de candidatos que não tem que pedir licença a ninguém. Fomos nós que inventámos isto", enalteceu.

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