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Rússia e Irão temem pressão para agirem se os Estados Unidos atacarem a Síria

05 set, 2013 - 07:34

Germano Almeida, especialista em política norte-americana, diz que Moscovo e Teerão "percebem que, se os Estados Unidos intervierem, a Síria e outros países da região" vão exigir-lhes uma intervenção militar , algo em que "não estão interessados".

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A Rússia e o Irão querem evitar, a todo o custo, uma intervenção na Síria por temerem, no caso de os Estados Unidos avançarem, sentir pressão para intervirem, também, no conflito.

A análise é do especialista em política norte-americana Germano Almeida, que, em declarações à Renascença, defende que, "do ponto de vista diplomático, a Rússia e o Irão não estão interessados nisto, porque percebem que, se os Estados Unidos intervierem, a Síria e outros países da região vão exigir a intervenção mais forte  e militar - da Rússia e Irão.

Na análise de Germano Almeida, o cenário pós intervenção pode ser particularmente complexo: "É uma grande interrogação, não dá para esconder isto. Parece-me que a administração tem um plano para a intervenção. Falta saber se já tem um plano para depois”.

Os Estados Unidos já deram o primeiro passo no sentido de um ataque à Síria, em resposta à alegada utilização de armas químicas por parte do regime, com o Senado a votar a favor de uma intervenção. Falta ainda a aprovação do Congresso. Qualquer luz verde por parte das Nações Unidas é improvável, uma vez que a Rússia e a China devem utilizar o seu poder de veto no Conselho de Segurança. 

Pôr fim ao "ciclo de terror"
Noutro plano, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e os países vizinhos da Síria apelaram, na passada quarta-feira, à comunidade internacional que seja encontrada uma solução política que ponha termo ao que chamam de “ciclo de terror”.

O alto comissário António Guterres reuniu-se com responsáveis turcos, iraquianos e libaneses cujos países estão a braços com um enorme fluxo de refugiados vindos da Síria.

Em média, segundo dados da ONU, todos os dias saem do país cerca de cinco mil pessoas, um número que se tem agravado perante a perspectiva de um ataque americano.
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