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Operação Bilhete Dourado: 13 arguidos, 4 mil bilhetes, 323 cartões de sócio dos Super Dragões e 45 mil euros

12 mai, 2024 - 20:40 • Redação com Lusa

Operação policial fez 13 arguidos, além da apreensão de "milhares de bilhetes".

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Treze pessoas foram constituídas arguidas no âmbito da operação "Bilhete Dourado" que a PSP encetou este domingo com buscas à Porto Comercial e à loja do associado do FC Porto.

Pelo que a Renascença conseguiu apurar, foram apreendidos também 4000 bilhetes de vários jogos do FCP, 44 510 euros em numerário, uma tocha, diversa documentação relacionada com a venda e distribuição ilegal de bilhetes, diversos equipamentos informáticos e telefónicos, várias máquinas fotográficas com conjuntos de objetivas e 323 cartões de sócio do Grupo Organizado de Adeptos "Super Dragões".

A operação que investiga a transação de bilhetes para jogos do FC Porto vendidos no mercado "negro" está a ser levada a cabo por "algumas dezenas de agentes", da investigação criminal, da unidade especial da polícia, equipas de intervenção rápida e outras valências, acrescentou a mesma fonte policial.

O Ministério Público (MP) suspeita de "conluio" entre funcionários ligados ao FC Porto e uma empresa associada e membros dos Super Dragões na aquisição de bilhetes para jogos de futebol depois vendidos no "mercado negro", levando a buscas hoje realizadas.

"De toda a prova reunida até ao momento e devidamente documentada não existem dúvidas de que são várias as pessoas com lucros consideráveis referente à venda irregular de bilhetes, o que lesa claramente o FC Porto, e o Estado, o que é "conhecido e aceite" no seio do clube como moeda de troca pelo apoio da claque", pode ler-se nos mandados de busca e no inquérito a que a Lusa teve hoje acesso.

A Porto Comercial, sociedade pertencente ao universo empresarial do FC Porto, e a loja do associado do clube começaram esta manhã a ser alvo de buscas no Estádio do Dragão.

"O FC Porto informa que estão a decorrer buscas numa das [sociedades] participadas do Grupo, a Porto Comercial, e na loja do Associado no Estádio do Dragão, e desde já se compromete a prestar todo e qualquer apoio às autoridades no desenrolar das suas diligências", indicou a recém-empossada direção de André Villas-Boas, em comunicado.

As buscas acontecem horas antes de o FC Porto, terceiro classificado da I Liga, com 66 pontos, receber o "vizinho" Boavista, 14.º, com 31, a partir das 20:30, no dérbi portuense da 33.ª e penúltima ronda, sob arbitragem de Artur Soares Dias, da associação do Porto.

Fonte da PSP referiu que as buscas servem para dar "cumprimento a vários mandados judiciais" e estão a ser feitas "com o apoio de diversas valências policiais".

A Operação Pretoriano investiga os incidentes ocorridos na Assembleia Geral (AG) do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, sustentando o Ministério Público que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo", para que fosse aprovada a revisão estatutária "do interesse" da então direção "azul e branca", liderada por Pinto da Costa.

Em 31 de janeiro deste ano, a PSP deteve 12 pessoas - incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, que continua em prisão preventiva, juntamente com Hugo Carneiro.

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