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Habitação

Jovens com isenção de impostos na compra de casa. Governo apresenta 30 medidas para a habitação

10 mai, 2024 - 17:01 • Diogo Camilo

Medidas incluem a revogação do arrendamento coercivo e de restrições ao alojamento local, desbloqueio de 25 mil casas do PRR, incentivos ao arrendamento e isenções de impostos para jovens na compra de habitação. Ministro diz que habitação será o "quarto pilar da sociedade", Montenegro aponta que "é preciso atalhar caminho e não perder tempo".

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São 30 medidas, que incluem revogação de medidas de Mais Habitação, incentivos ao arrendamento acessível, ajudas aos jovens para aceder ao crédito e o desbloqueio de 25 mil casas do PRR.

O Governo apresentou esta sexta-feira a “Nova Estratégia para a Habitação”, no Porto, com Luís Montenegro a indicar que estas visam dar resposta ao direito à habitação, “elementar na vida das pessoas”.

“Para ser um verdadeiro direito fundamental, tem de se expressar efetivamente no seu exercício pleno. E só haverá exercício pleno se houver políticas públicas que possam garantir aos cidadãos o acesso a uma habitação digna”, afirmou o primeiro-ministro.

Prometendo “simplificar processos e nivelar o risco”, Montenegro anunciou a promoção de habitação a custos controlados para arrendamento acessível.

“Objetivamente não foi feito tudo mal, e o que está bem feito é para continuar, mas há muita coisa que ou não foi feita, ou foi feita incorretamente. Por isso é preciso atalhar caminho e não perder tempo”, afirmou Montenegro durante a apresentação.

Fim do arrendamento coercivo e das restrições ao Alojamento Local

Para apresentar o programa, subiu ao palco Miguel Pinto Luz, o ministro das Infraestruturas, anunciando uma “nova etapa” nas políticas de habitação.

Referindo que “pouco ou nada foi feito” em termos de habitação nos últimos 20 anos, a apresentação do Governo descreve o setor como uma “urgência nacional” que “nunca foi verdadeiramente encarada como um pilar essencial”.

Pinto Luz critica que a crise da habitação “aumentou as diferenças sociais” e “virou inquilinos contra senhorios, turismo contra cidades e bancos contra promotores”, anunciando depois a revogação de três medidas do Mais Habitação, o programa do anterior Governo do PS, apresentado há pouco mais de um ano.

Uma delas é a do arrendamento coercivo, que o atual Executivo considera ser um desrespeito pelo direito de propriedade. Outra é a de garantia e substituição do Estado como arrendatário.

O Governo quer ainda revogar a Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local, prometendo confiar na descentralização da regulação para os municípios.

Entre as medidas está ainda a “correção de distorções introduzidas ao Regime de Arrendamento Urbano os últimos oito anos”, com a nomeação de um grupo de trabalho.

Incentivos aos jovens, apoio ao arrendamento e promoção da habitação pública

Entre as medidas dedicadas aos jovens está a garantia pública a jovens para viabilizar o financiamento bancário na compra de casa, a isenção do IMT e IRS Jovem, até aos 35 anos em imóveis até ao 4.º escalão - com preço até 316 mil euros - e a reformulação do Porta 65, acabando com exclusões em função dos limites de rendas.

A estratégia indica ainda a criação de um Programa de Emergência para o Alojamento Estudantil e a implementação do Plano Nacional de Alojamento 2025-26, com a oferta de mais 18 mil camas.

O Governo quer ainda reduzir o IVA para a taxa mínima de 6% para obras de reabilitação e construção, com limites em função de preços, mas refere que a medida avançará até ao final da legislatura.

A primeira medida anunciada passa pelo incentivo à disponibilização de imóveis públicos para habitação com renda acessível, com linhas de crédito.

O Executivo anuncia ainda a intenção de alterar a Lei dos Solos, para permitir o uso de solos rústicos para a criação de habitação a custos controlados, arrendamento acessível, alojamento temporário e oferta de casas para funções específicas, como professores, forças de segurança, trabalhadores agrícolas, industriais e setor do turismo.

Entre outras medidas está a garantia do Estado a crédito para a construção de cooperativas, com entrega de terreno público, um pacto com o setor para o aumento da capacidade de construção, o reforço do financiamento para viabilizar o desenvolvimento de milhares de fogos que se candidatam, mas não são financiados pelo PRR, a aprovação de um Código da Construção, a criação de um Portal do IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana) para acompanhar as candidaturas, a agilização dos programas de subsídio de renda e a criação de um regulamento de transição entre as rendas apoiadas e de renda acessível.

[notícia atualizada às 17h16]

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  • Nuno Xavier
    10 mai, 2024 Lordelo/Vilareal 20:12
    Intenção de alterar a lei dos SOLOS RÚSTICOS. Aproveito este espaço para me dirigir às ENTIDADES com COMPETÊNCIA para decidirem entre o DEFERIDO e o NÃO AUTORIZADO. São as CCDR, as DELEGAÇÕES do Ministério da Agricultura e as CÂMARAS MUNICIPAIS. Tenho mais de 70 anos de idade e sou proprietário de um terreno rústico o qual se encontra a sensivelmente 2,5kms de distância de minha habitação. Esse terreno encontrasse rodeado de HABITAÇÕES, pois confrontra com os logradouros das mesmas. Confronta com a via pública em mais de VINTE METROS. Nessa via pública existe água pública e eletricidade, estando colocado um poste da EDP no meu terreno que fornece eletricidade a CASAS que confrontam com ELE. Está também colocado um poste de TELECOMUNICAÇÕES para SERVIR as CASAS mencionadas. A rede de SANEAMENTO PÚBLICO passa a uma centena de metros. Este terreno, assim como as suas CONFRONTAÇÕES, está em REN e RAN. Já SOLICITEI junto da Câmara Municipal do meu Concelho a AUTORIZAÇÃO de construção de UM APOIO AGRÍCOLA, por DUAS ocasiões. Sempre me foi NEGADA a autorização para esse fim. O terreno NÃO TEM PRIVACIDADE, pois é visto de FORA para DENTRO e de dentro para fora. É DESUMANA a ARGUMENTAÇÃO que me apresentam, pois se precisar de FAZER XIXI, estou SUJEITO a ser ACUSADO de ASSÉDIO, pois ficarei INDEFESO. Acho que a ALTERAÇÃO da lei dos SOLOS, deve AUTORIZAR esse tipo de CONSTRUÇÃO FISCALIZADA. Falo de 15 m2 NADA MAIS, numa área de 800 m2.

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