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Lacaton e Vassal, mestres da arquitetura de reabilitação, vencem Pritzker 2021

16 mar, 2021 - 14:21 • Maria João Costa , com Lusa

Dupla de arquitetos franceses "definiram uma abordagem arquitetónica que renova o legado do modernismo", assinala o júri do chamado "Nobel da Arquitetura".

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A dupla de arquitetos franceses Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal é a vencedora do prémio Pritzker 2021, anunciou esta terça-feira a organização.

Distinguidos em 2019 com o prémio europeu Mies van der Rohe e, em 2016, com o prémio Carreira da Trienal de Arquitetura de Lisboa, Lacaton & Vassal têm uma obra que “reflete o espírito democrático da arquitetura”, sublinha o júri.

O prémio Pritzker acrescenta, em comunicado, que estes arquitetos "não apenas definiram uma abordagem arquitetónica que renova o legado do modernismo, mas também propuseram uma definição adaptada da própria profissão da arquitetura".

Estabelecidos em 1987, em Paris, Lacaton e Vassal são os 49.º e 50.º laureados com o prémio de arquitetura Pritzker, considerado o maior galardão de arquitetura a nível mundial, tendo já completado mais de 30 projetos pela Europa e África Ocidental

Segundo o júri, o trabalho desta dupla revela “um compromisso com uma arquitetura de reabilitação que é ao mesmo tempo tecnológica, inovadora e ecologicamente responsável”.

Autores de projetos como a Escola Nacional Superior de Arquitetura de Nantes, edificada em 2009, Lacaton e Vassal são segundo os jurados do Pritzker uma dupla que apresenta um trabalho “belo e pragmático” e que recusa “qualquer oposição entre qualidade arquitetónica, a responsabilidade ambiental e a procura por uma sociedade ética”.

Autores de habitação de baixo custo, como o projeto destacado na apreciação do júri edificado em 2011 em Saint-Nazaire, em França e que compreende 53 apartamentos de habituação social, Lacaton e Vassal são para os jurados uma dupla que “acredita que a arquitetura é mais do que apenas edifícios”.

Outro dos projetos destes arquitetos franceses que foi sublinhado pela apreciação do júri é do Centro Cultural FRAC Nord – Pas de Calais em Dunkerque em França, onde “optaram por manter o edifício original e anexar um segundo de dimensões semelhantes ao já existente”.

Neste caso, o júri Pritzker destaca a coragem de usar o passado, respeitando esse legado e acrescentando um edifício cheio de “transparência, abertura e luminosidade”.

Responsáveis por diversos projetos de reabilitação urbana e edifícios de habitação social em França, esta dupla de arquitetos que fez também um projeto de uma galeria de arte para o Palais de Tokio em Paris, em 2012, é segundo o júri, uma dupla criativa que mostra que “a melhor arquitetura pode ser humilde e é sempre atenciosa, respeitosa e responsável”.

No passado, o prémio Pritzker já distinguiu os portugueses Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura, bem como o brasileiro Paulo Mendes da Rocha ou o francês Jean Nouvel e a iraquiana Zaha Hadid, entre outros.

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