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Castelo Branco detido pela GNR. O que se sabe até ao momento?

07 mai, 2024 - 17:43 • Marta Pedreira Mixão

Betty Grafstein e José Castelo Branco casaram-se em 1996 e, nos últimos dias, vieram a público relatos de alegadas agressões do socialite.

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José Castelo Branco foi detido esta terça-feira pela GNR, confirmou à Renascença fonte da Guarda. O homem é suspeito de violência doméstica contra a mulher, Betty Grafstein, de 95 anos, uma investigação que já estava em curso há alguns dias e que já tinha sido confirmada também pelo Ministério Público.

Betty está internada num hospital privado em Cascais desde o fim de abril onde, perante os profissionais de saúde, relatou casos de violência de que terá sido alvo. A violência doméstica é um crime público e foi denunciado às autoridades pelos funcionários do hospital. O socialite tem negado sempre as acusações.

Porque foi detido José Castelo Branco?

José Castelo Branco foi detido na manhã desta terça-feira por suspeitas de violência doméstica sobre a sua mulher, Betty Grafstein, de 95 anos. A detenção foi efetuada pela GNR e, segundo confirmou a PGR ao jornal Público, "no âmbito de inquérito a correr termos na Secção Integrada de Violência Doméstica de Sintra (SEIVD), do DIAP Regional de Lisboa".

Como foi conhecida a suspeita de agressão?

Betty Grafstein terá relatado a vários profissionais de saúde do Hospital CUF Cascais, onde está internada, que era agredida e maltratada pelo marido. De acordo com notícia do Expresso, terá contado que tinha sido empurrada por José Castelo Branco e que o “comportamento abusivo ─ físico e psicológico ─ é recorrente”. Segundo referem também vários meios de comunicação, na semana passada, Betty terá mesmo pedido que impedissem o marido de a visitar.

Quem formalizou a queixa?

A queixa ao Ministério Público foi conhecida na semana passada e terá sido apresentada pelo próprio hospital onde Betty se encontra internada, dado que o crime de violência doméstica é público e, por isso, não é necessário que seja a vítima a apresentar a queixa.

Segundo o MP confirmou ao jornal Público, foi recebida uma denúncia que “deu origem a inquérito que se encontra em investigação na Secção Integrada de Violência Doméstica de Sintra (SEIVD), do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa”.

Perante a denúncia, e conforme pedido por Betty, José Castelo Branco ficou impedido de entrar no hospital onde esta se encontra internada.

No dia em que a queixa se tornou pública, na passada quinta-feira, Castelo Branco tinha publicado um vídeo na rede social Instagram no qual apelava aos seguidores para que rezassem pela sua mulher.

Depois de ter sido formalizada a queixa, surgiram também outros testemunhos de violência sobre Betty, relatados por antigos funcionários e amigos.

Qual o motivo do internamento de Betty?

Betty foi internada na CUF de Cascais no dia 20 de abril. Inicialmente, começou apenas por ser referido que Grafstein estaria internada devido a uma pneumonia. Posteriormente, descobriu-se que tinha uma fratura do fémur direito e ferimentos no braço esquerdo, que, segundo relatou, teriam sido consequência de “um empurrão” do marido e não de uma queda acidental.

A vítima terá sido ouvida no sábado pela GNR, com auxílio de um tradutor, e, segundo o Expresso, terá sido sujeita a observação psicológica, estando “consciente, orientada, calma e colaborante”.

Quando vai ocorrer o interrogatório?

O interrogatório judicial deveria ter ocorrido esta terça-feira e Castelo Branco foi levado pela GNR de Alcabideche ao Tribunal de Sintra para ser apresentado perante um juiz de instrução criminal, contudo, devido à greve dos funcionários judiciais a diligência foi adiada para quarta-feira. O socialite deixou o tribunal e voltou para a GNR, onde deverá passar a noite a aguardar interrogatório.

O que vai acontecer depois de ser realizado o interrogatório?

Depois de ser realizado o interrogatório, o juiz poderá aplicar medidas de coação, como termo de identidade e residência ou a proibição de se ausentar do país, bem como a proibição de contacto com a vítima.

O que diz Castelo Branco sobre as acusações?

O socialite tem negado sempre as acusações, tendo começado por dizer que se teria tratado de um pequeno acidente. Perante as alegações, reagiu em declarações ao Expresso: “Nem respondo a algo tão ridículo.”

Já numa curta participação no programa Casa Feliz, Castelo Branco garantia que tem estado sempre ao lado da companheira na sua passagem pelos cuidados médicos. "Tenho estado ao lado dela há 30 anos e todo o mundo sabe o amor incondicional [que tenho] pela Betty", declarou, dando também a entender que as denúncias de eventuais maus-tratos são mal intencionadas.

"A única coisa que eu sei é que está alguém por detrás e que é um inimigo de décadas", garantiu, sem se pronunciar sobre o processo em si. "Está tudo entregue aos advogados e os tribunais é que vão responder."

O que diz o advogado?

Em declarações aos jornalistas esta terça-feira, à saída do posto da GNR de Alcabideche, o advogado Pedro Nogueira Simões assegurou que o seu "cliente está de consciência tranquila e sem qualquer problema para apresentar declarações". O advogado de José Castelo Branco garantiu que o cliente "não se vai remeter ao silêncio" porque considera que "a acusação não tem qualquer fundamento". Para o advogado, "não existem factos", sugerindo que "quando queremos provar alguma coisa, temos depois de ter factos para isso".

Segundo a CNN, José Castelo Branco apareceu numa das janelas do local onde está detido, no posto da GNR, e que terá dito: "Estou lindamente."


Se é vítima de violência doméstica peça ajude. Se conhecer algum caso, denuncie - a violência doméstica é crime público e denunciar é uma responsabilidade coletiva.

Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD)

Se precisar de ajuda ou tiver conhecimento de alguma situação de violência doméstica, envie uma mensagem para a Linha SMS 3060 ou ligue 800 202 148. Esta linha é gratuita, funciona 7 dias por semana, 24 horas por dia.

APAV | Associação Portuguesa de Apoio à Vítima

telefone: 116 006 (linha de apoio à vítima, dias úteis das 08h00 às 23h00. Chamada gratuita)

A CIG tem ainda em funcionamento um serviço de correio eletrónico para colocar questões, pedidos de apoio e de suporte emocional: violencia@cig.gov.pt.

Pode também participar situações de violência doméstica à GNR, à PSP diretamente no Portal Queixa Eletrónica.

SNS 24 (808 24 24 24), disponível todos os dias, 24 horas por dia

Número Nacional de Socorro (112)

Linha Nacional de Emergência Social (tel. 144, disponível todos os dias, 24 horas por dia)

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