06 jun, 2024
O VAR - Video Assistant Referee - ainda tem vida curta entre nós, mas ao longo de sete anos de existência já deu lugar a enorme turbulência em muitos jogos, ao ponto de alguns agentes já se terem pronunciado a favor da sua abolição, o que nunca chegou a ser levado muito a sério, tornando-se assim inquestionável a sua existência entre nós.
Noutros países, a contestação a tão importante ferramenta também já deu lugar a debate e à colocação da hipótese de levar por diante a sua suspensão.
A Suécia até já foi mais longe e a mais recente decisão tomada naquele país nórdico diz-nos que os clubes optaram pelo regresso ao sistema antigo, ou seja, serem apenas da responsabilidade dos quartetos de arbitragem as decisões tomadas no decorrer dos jogos.
Na Inglaterra, onde o futebol nasceu e onde o seu campeonato é considerado o mais espectacular do mundo, está criado um movimento que vai dar muito que falar nos próximos dias. Foi seu autor o Wolverthampton, clube da Premier League, que acaba de apresentar uma proposta visando a abolição da tecnologia em uso.
Segundo um seu porta-voz “a introdução do VAR foi uma decisão tomada de boa-fé e com os melhores interesses do futebol em mente. Contudo, levou a inúmeras consequências acidentais que danificam a relação entre o público e o futebol”. As longas interrupções dos jogos para demoradas análises são também razões para este propósito do Wolves.
A iniciativa não deverá ter sucesso, mas os clubes ingleses chamados a votar, irão pelo menos pedir melhorias no funcionamento do sistema, o que, só por si, já é importante.
Em Portugal o VAR começou a funcionar em 2017 na final da Taça de Portugal, seguiram-se a Taça Cândido de Oliveira e o Campeonato da primeira Liga.
Até hoje, muitas têm sido a querelas registadas nas provas nacionais e muitas vezes rodeadas de debates acesos, sobretudo entre aqueles que se têm sido mais prejudicados. Ainda assim, não se chegou ainda ao ponto de pedir a suspensão do sistema, como agora acontece na Inglaterra.
Apesar disso, é necessário tomar algumas medidas consideradas inadiáveis como, por exemplo, entregar o desempenho do VAR a juízes cuja competência não seja posta em causa.
O que até agora tem acontecido é vermos transferidos para o VAR os árbitros aposentados, alguns dos quais, se já eram maus juízes, têm vindo também a protagonizar, no vídeo-árbitro, desempenhos de pouca qualidade.